A alegria de aprender com os próprios erros
(Por
Venerável Mestre Hsing Yun*)
Seres
humanos não são santos ou sábios
infalíveis! Em tempos antigos, na China,
governantes benevolentes tiveram a coragem de proclamar
seus próprios erros e humildes ministros
tiveram bravura suficiente para carregar toda a
culpa em seus ombros. Grandes imperadores e sábios
também se alegraram em aprender com seus erros
a capacidade de admitir os próprios enganos
é uma virtude.
Admitir
os erros
Hoje em dia, em nossa sociedade, muitas pessoas, especialmente
os jovens, têm em comum um grande defeito: recusam-se
a aprender com suas falhas ou a admitir seus erros. Por
mais que os outros gentilmente os aconselhem, apenas justificam
sua posição ou tentam, deliberadamente,
encobrir seus erros, sem jamais admiti-los. Como poderão
alcançar qualquer realização e progredir,
se sempre se esquivam da culpa e se recusam a receber
conselhos?
O
escândalo do ex-presidente americano Bill Clinton
com sua estagiária Mônica Lewinsky causou
indignação geral. O fato de ele haver admitido
seu erro e se desculpado perante seus compatriotas, no
entanto, fez com que a escura nuvem que pairava sobre
sua cabeça clareasse e ele voltasse a brilhar.
Alguns líderes são, às vezes, depostos
de seus cargos em razão de denúncias de
políticos inimigos. Se eles simplesmente admitissem
seus erros, teriam a opinião pública a seu
favor e a devida justiça seria feita. Nem a população
pais e filhos, patrões e empregados ou mesmo
amigos costuma admitir suas falhas.
Humildade
e coragem
É
preciso coragem para admitir os próprios erros.
No passado, os chineses foram escarnecidos, chamados de
os doentes do Extremo Oriente. A verdade é
que todos são covardes quando defrontados com a
perspectiva de ter de admitir e aprender com os seus erros.
Isso porque a maioria de nós considera as falhas
como sendo vergonhosas e admiti-las é uma grande
humilhação. O confucionismo ensina: Experimentar
a humildade é aproximar-se da coragem. Assim,
é corajoso aquele que verdadeiramente conhece o
arrependimento e a humildade. O caminho para a budeidade
diz: Deveríamos nos envergonhar do que não
entendemos, do que não podemos alcançar
e do que é impuro.Quando formos capazes de
sentir vergonha e admitir nossos próprios erros,
seremos capazes de cultivar a mente bodhi e trilhar a
senda da budeidade.
O
pai fundador da República da China, doutor Sun
Yat-sen, mesmo depois de muitos enganos, perseverou em
sua tentativa de revolucionar o país e, finalmente,
conseguiu derrubar a Dinastia Qing e estabelecer a República.
Confúcio escreveu: Quando errados, não
devemos temer nos corrigir. Somente quando formos
capazes de obter alegria em aprender com nossos erros
seremos capazes de corrigi-los. É assim que deveria
ser.
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